Click e plante uma árvore Salve a mata atlântica

domingo, 30 de agosto de 2009

Lâmpadas quentes pode chegar ao fim na Europa

A União Europeia vai banir o uso das lâmpadas incandescentes, também chamadas de quentes, em até três anos.

As primeiras a sumir das prateleiras são as de 100 W que, a partir de setembro não poderão mais ser vendidas. Quem insistir em importar esses produtos poderá receber uma multa de 5,5 mil euros, cerca de 15 mil reais, de acordo com o Big Green Smile.

Lojistas, no entanto, podem vendê-las até acabar com os estoques – o que não deve ser difícil. Muitos europeus não gostaram da proibição porque acreditam que as lâmpadas econômicas não sejam tão boas quanto às incandescentes. Como forma de protesto, eles estão estocando as lâmpadas quentes. Na Alemanha, por exemplos, em apenas seis meses, as vendas da invenção de Thomas Edison aumentaram 34%.

A medida segue a Diretiva de Ecodesign de Produtos Elétricos, aprovada pela UE em dezembro do ano passado. E tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre o uso de equipamentos inteligentes que consumam menos energia e lancem menos gás carbônico na atmosfera, além, é claro, de diminuir os gastos da população com a conta de luz.

Uma lâmpada convencional joga fora 95% da energia que consome já que apenas 5% são convertidos em luz. A lâmpada fluorescente, por sua vez, gasta até 80% menos de energia e tem uma vida útil dez vezes maior que as incandescentes.

Cerca de um milhão de toneladas de CO2 deixarão de ser emitidos até 2020 pela União Européia se a medida for adotada massivamente pela população.

Protesto Virtual

Em conjunto com o Blog Laguardia o Mundo by Thaís, estamos lançando uma campanha de protesto virtual para o período de 07 a 20 de setembro.
Gostaríamos muito de contar com a sua participação e a dos seguidores de seu blog.
Esta é uma campanha de todos os brasileiros patriotas e não de um ou outro blog.
A campanha é de todos nós que queremos um país melhor para nossos filhos e netos.
Detalhes em o mundo by thais ou brasil livre e democrata

Divulgue esta idéia.

O Brasil mais do que nunca precisa de você!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O produto encolheu

Empresas reduzem as embalagens e mudam as fórmulas de produtos para cortar custos. A questão agora é convencer o consumidor de que isso também é vantajoso para ele.
Um olhar atento às gôndolas dos supermercados brasileiros revela a tendência: as embalagens dos produtos de consumo têm passado por um sucessivo processo de encolhimento. Primeiro elas diminuíram para atender à necessidade das novas famílias brasileiras, com menos filhos. Depois, encolheram para se encaixar nos orçamentos mais apertados dos consumidores emergentes da classe C. Agora, vivemos uma espécie de terceira onda de redução. Motivadas pelo apelo ecológico e pela necessidade de corte de custos, as empresas voltaram a diminuir as medidas de suas embalagens, que chegam a ocupar apenas um quarto do volume que ocupavam antes. Em alguns casos, a redução acontece com uma solução de design, sem que as quantidades sejam alteradas. Em outros, o produto é reformulado de tal maneira que, mesmo em versão compacta, tem o mesmo desempenho do original. Na vanguarda desse processo estão algumas das maiores empresas de bens de consumo do mundo, como Unilever e Procter&Gamble. Ambas já colocaram sua estrutura de inovação a serviço da redução e, recentemente, lançaram os produtos "liliputianos" no Brasil. Até o início de 2010, cinco grandes fabricantes de bens de consumo devem colocar nos supermercados brasileiros versões mais compactas de seus produtos. "Os fabricantes que já haviam reduzido suas embalagens ao limite mínimo passaram a alterar a formulação dos produtos para que ocupem menos espaço", diz Luciana Pellegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagens.
Por trás dessa tendência há uma crescente preocupação com a eliminação do desperdício de matérias-primas. À frente desse movimento, estão colossos como o maior varejista do planeta, a rede Wal-Mart, que desde 2005 adotou o discurso verde como peça de resistência de sua estratégia de marketing. Há dois meses, a operação brasileira do Wal-Mart convocou alguns de seus fornecedores a diminuir em 5% o uso de material em caixas e pacotes até 2013. "Como contrapartida, damos mais visibilidade a esses produtos", diz Daniela de Fiori, vice-presidente de sustentabilidade da rede no Brasil. A demanda de varejistas como o Wal-Mart está de certa forma casada a políticas ambientais de vários de seus fornecedores globais. É o caso da Coca-Cola. A empresa acaba de lançar no país uma versão compacta de sua garrafa de vidro com capacidade de 290 mililitros. Apenas com mudanças no desenho da embalagem, a Coca-Cola conseguiu reduzir 25% da quantidade de vidro utilizado sem alterar o volume de bebida oferecido ao consumidor.
Há o apelo ecológico. E há também, por trás da redução das embalagens, uma disputa cada vez mais acirrada por espaço no varejo. As prateleiras continuaram as mesmas, enquanto o número de produtos oferecidos pela indústria não parou de aumentar nos últimos anos. Apenas na categoria xampus, o número de marcas e variações disponíveis no mercado brasileiro passou de 3 000, em 2006, para quase 5 000 hoje, segundo dados da consultoria LatinPanel. Em um cenário assim, cada centímetro é precioso. A Procter&Gamble enfrenta um problema de espaço especialmente complicado. A empresa é uma das principais fabricantes de fraldas descartáveis, produto volumoso e cuja preferência do consumidor recai justamente por pacotões econômicos, com mais de 20 unidades. No final do ano passado, a P&G lançou uma versão 20% mais compacta de sua marca Pampers Noturna, graças ao desenvolvimento de um gel superabsorvente que eliminou parte do recheio das fraldas. "Com isso, conseguimos colocar mais produtos no mesmo espaço", diz Paulo Koelle, diretor de marketing da multinacional.

O entusiasmo das empresas com as versões compactas dos produtos se explica pela combinação de vantagens que a redução proporciona. Garrafas, caixas e pacotes menores significam menos gastos com insumos para produzi-los e mais economia com transporte e estocagem. No ano passado, a Unilever lançou uma versão concentrada do amaciante de roupas Comfort, que permitiu a redução de sua garrafa de 2 litros para 500 mililitros. Segundo os cálculos da empresa, o novo produto permitirá uma economia anual de 1 600 toneladas de plástico e a utilização de apenas um terço dos caminhões anteriormente usados para o transporte. O grande esforço da Unilever, após o lançamento, tem sido convencer o consumidor de que o novo potinho é melhor do que o velho garrafão. A empresa já investiu 15 milhões de reais em marketing para explicar que o Comfort Concentrado rende o mesmo que o amaciante tradicional e, até o final ano, investirá outros 17 milhões de reais para explicar as economias geradas pela embalagem diminuta e mostrar que o produto custa menos que o tradicional. "Estamos introduzindo um conceito novo e sabemos que levaremos tempo para educar o consumidor", diz Priya Patel, diretora de marketing da Unilever. No que depender das grandes empresas de consumo, o futuro será cada vez mais das embalagens pequenas.

Portal/Exame

domingo, 16 de agosto de 2009

Emissão de CO2 pelo Mundo


No início do mês de Julho, na reunião realizada em L'Aquila, na Itália, o grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia (G8) apontou que o desmatamento nas florestas brasileiras é responsável por aproximadamente 20% das emissões anuais de dióxido de carbono (CO2) em todo o mundo.
No último dia de atividades da 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Manaus, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, chamou a atenção dos participantes da maior reunião científica da América Latina para a necessidade de a comunidade científica nacional empenhar mais esforços na descoberta de números mais exatos sobre os impactos do desmatamento da Amazônia frente às mudanças climáticas

Número chutado

Ao comparar dados históricos de áreas desmatadas na região com informações sobre a biomassa florestal da floresta amazônica, Câmara criticou os números.

"Esse número de 20% divulgado pelo G8 é um número 'chutado' que está rodando pelo mundo. E a ciência brasileira até agora não se deu ao trabalho de checar esse dado. Na década de 1990 eram desmatados na Amazônia em média 22 mil quilômetros quadrados, o que representava cerca de 8% das emissões de CO2 do planeta", disse ele na ocasião.

"Se o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento na região de 27 mil quilômetros quadrados, em 2004, para a média atual que é de 12 mil quilômetros quadrados, a Amazônia deve ser responsável atualmente por menos de 5% das emissões globais, logo o G8 deve estar equivocado e ter se baseado em dados fracos."

"Quanto mais países como o Brasil responderem pelos prejuízos ambientais, menos os países do G8 serão responsáveis. A conta de que 20% das emissões de CO2 do mundo vêm do desmatamento pode não ter base científica", apontou Câmara.

Vejamos aqui um pouco do quanto que acabamos com o Planeta, clique aqui

Mundo Sustentável.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Logística verde


O transporte de carga incorpora uma nova e complexa variável que vai além da redução de custos, segurança ou rapidez na entrega. Cifrões, mapas de rota e medidas como quilometragem, peso e volume dividem espaço nas planilhas de logística com uma conta típica dos tempos modernos: a quantidade de gases do efeito estufa liberada pelos veículos. O mercado exige a matemática ambiental. "Na era do aquecimento global, é imperativo diminuir emissões atmosféricas, porque isso definirá a existência de nossos negócios no futuro", afirma Jorge Lima, gerente de assuntos governamentais e socioambientais da Unilever Brasil. O vaivém de caminhões no centro de distribuição da empresa, em Louveira, interior de São Paulo, retrata essa realidade. A operação segue o modelo do "circuito estático" - arranjo de logística que racionaliza o transporte, ao garantir a carga de retorno após a entrega.

O fluxo de mercadorias é mapeado com seus volumes para permitir a definição de um cronograma que prevê o tempo de carga e descarga e a duração dos percursos - tudo programado por computador. Aproveita-se ao máximo a capacidade dos veículos, tendo como resultado a redução da quantidade de viagens, que passaram de 18.731 para 16.319 anuais após o início do esquema. Em 2008, a companhia deixou de emitir 2.400 toneladas de dióxido de carbono por conta do novo procedimento, hoje expandido para as operações com fornecedores de matéria-prima.

"O compromisso ambiental também no transporte já é um item de satisfação do consumidor", explica Lima, ressaltando que o esforço não se reduz ao planejamento da logística. Inclui também o desenvolvimento de novos produtos e embalagens capazes de reduzir custos - e emissões de gases-estufa - na sua distribuição.

É o caso do amaciante de roupas concentrado, lançado em 2008 pela Unilever para reduzir o consumo de água nas lavagens e o tamanho das embalagens. Além de empregar menos matéria-prima de fontes não renováveis e diminuir o volume no lixo após o consumo, o produto ocupa menos espaço nos caminhões, o que implica menor liberação de gases poluentes para transportá-lo. A nova versão do amaciante proporcionou economia de quase 2 mil viagens de caminhão por ano - ou seja, uma redução de combustível em torno de 67%. Em 2005, ao diminuir em um décimo o tamanho da embalagem clássica de sabão em pó, que passou a ter formato horizontal, a empresa conseguiu colocar 6% mais produtos nos caminhões. A eliminação da tampa de desodorantes, tornando as embalagens seis gramas mais leves, também proporcionou economias no transporte. São ações que contribuem para a companhia atingir a meta global de reduzir em 25% os gases do efeito estufa até 2012, em comparação aos índices de 2004. No Brasil, entre 2004 e 2008, a diminuição de dióxido de carbono foi de 59%.

Seguindo a mesma linha, a Procter & Gamble lançou no ano passado a versão concentrada do sabão em pó em caixa de menor tamanho, 10,34% mais leve em relação à tradicional, o que permite o transporte de mais unidades por caminhão. As medidas multiplicam-se no mercado e chegam aos gigantes da informática, como a Dell, que anunciou um programa de quatro anos para simplificar as embalagens de computadores com economia de US$ 8 milhões. Ao eliminar 9,7 mil toneladas de materiais nas embalagens, espera-se um ganho significativo também na redução de gases no transporte.

A tendência ganha força em países que assumiram metas para reduzir gases do efeito estufa no Protocolo de Kyoto. Além da regulação imposta pelos governos, com regras para evitar emissões, o tema transformou-se em instrumento de mercado. Como efeito-dominó, está presente não apenas nos planos estratégicos e de sustentabilidade das indústrias. Envolve também o setor de transporte de carga. De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a queima de combustíveis pelo transporte é a terceira maior fonte de poluentes que contribuem para o aquecimento global, com 14% das emissões globais, atrás da geração de energia (21,3%) e da produção industrial (16,8%).

No Brasil, automóveis, caminhões, navios e aviões representam 9% dos gases-estufa, perdendo apenas para o desmatamento e mudanças no uso da terra. "O setor de transportes está agora acordando, porque os compradores externos olham para a cadeia de fornecimento e dão preferência aos que emitem menos carbono", afirma Juarez Campos, do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Lá fora a estratégia é comprar de quem está perto, em função da menor emissão com o transporte. A maior distância só se justifica - explica Campos - se o valor do frete for significativamente reduzido, pois a poluição significa custo e o carbono é mais um item considerado nas políticas de compra. "No Brasil, as empresas de transporte precisam se preparar para competir", ressalta Campos, coordenador no país do programa internacional Greenhouse Gas Protocol, que orienta corporações a medir emissões e identificar soluções.

A Sadia, por exemplo, automatizou o controle de rotas mediante equipamentos como GPS (Global Position System), reduzindo viagens e queima de combustível. Em alguns casos, é necessário priorizar fornecedores regionais ou mudar o planejamento da distribuição para reduzir as distâncias das entregas.

No varejo, o Magazine Luiza também tem resultados a comemorar. "Com melhor previsão sobre a demanda das lojas, reduzimos em 25% o tráfego de caminhões entre nossos centros de distribuição", revela Regina Lemgruber, diretora de logística da rede. Além disso, ao maximizar a ocupação dos veículos, a empresa reduziu a frequência média de viagens para abastecer as lojas, passando de duas para uma vez por semana. A redução de custo chega a 20%, com vantagens nas emissões de gases pelos cerca de mil caminhões que abastecem as lojas no Estado de São Paulo.

A preocupação é maior nos negócios com operações externas. Empresas que buscam selos de certificação para atestar a origem ambiental de seus produtos, com objetivo de conquistar espaços diferenciados no mercado, adotam novos critérios no transporte. "Estamos mapeando o carbono em toda a cadeia produtiva do café para que a bebida chegue às xícaras com menos emissões", informa Leopoldo Santana, gerente geral da Daterra Atividades Rurais, em Patrocínio (MG), a primeira do país que recebeu o selo socioambiental Rainforest Alliance, conferido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

O projeto é neutralizar carbono, reduzindo gases-estufa e plantando vegetação nativa nas fazendas produtoras. Uma das medidas previstas no transporte é exportar o café a granel em embalagens maiores e não em sacos de juta de 60 quilos como hoje. A produção cafeeira da empresa atinge 80 mil sacos por ano, 96% para exportação.

No caso do Café Bom Dia, em Varginha (MG), a estratégia foi eliminar intermediários. "Ao fazer a torrefação na origem e levar o produto direto para os supermercados, reduzimos entre 20% e 30% as emissões de carbono", afirma Sydney Marques de Paiva, presidente da empresa.

"Como resultado da urbanização acelerada, mais caminhões circulam nas cidades para abastecer a população, "exigindo novos modelos de infraestrutura para o transporte", explica Beatriz Bulhões, diretora do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebeds). Substituir frotas, optando por combustíveis mais limpos e veículos mais eficientes, faz parte do desafio. "O país tem 44% de sua frota com mais de 20 anos de uso e a situação é crítica porque os caminhões velhos poluem dez vezes mais", alega Neuto Gonçalves dos Reis, coordenador técnico da Associação Nacional de Transportes de Carga e Logística (ANTC). Ele sugere que pelo menos 30 mil caminhões por ano sejam retirados das ruas e virem sucata, com subsídios do governo federal.

O transporte rodoviário é responsável por 63,8% das emissões de dióxido de carbono no município de São Paulo, segundo o inventário de gases que subsidiou a política municipal de combate ao aquecimento global, estabelecida por projeto de lei lançado pela prefeitura em junho. A meta é reduzir as emissões em 30% nos próximos quatro anos.

Mundo Sustentável

fonte: Valor Econômico

sábado, 8 de agosto de 2009

Empregos verdes

Há dez anos, quase ninguém ouvia falar em empregos verdes. Hoje, não se fala em outra coisa. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 1,5 milhão de brasileiros realiza atividades que contribuem, de alguma forma, para a redução de impactos ambientais. Desse universo, 500 mil trabalham com energias renováveis, 500 mil, com reciclagem, e o restante, em outros campos de atuação, como reflorestamento, construções sustentáveis e saneamento.
- As tecnologias verdes tendem a empregar mais do que as tradicionais. Para manter o aquecimento global controlado até 2050, será necessário investir 1% do PIB mundial por ano. Isso pode gerar dois bilhões de pessoas empregadas no mundo até lá - afirma Paulo Sérgio Moçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
As oportunidades de negócios, criadas por essa revolução verde, estão na pauta da 3ª edição do Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá de terça a quinta-feira na PUC-SP. Segundo Cristina Montenegro, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, que falará sobre empregos verdes no evento, as oportunidades são vastas e cada vez mais numerosas:
- Ao mesmo tempo que as empresas buscam funcionários que estejam preparados para essa mudança de paradigma, o setor industrial requer profissionais que sejam capazes de viabilizar seus processos de forma mais limpa e ecologicamente correta.
Na corrida para se adequar a essa nova realidade, engenheiros, biólogos, geógrafos, administradores, economistas e até advogados largam na frente. Mas se você não se formou em nenhuma dessas carreiras e quer se aventurar nesse mercado, não se preocupe. Para atender à demanda cada vez maior das empresas e dos setores público e industrial, instituições de ensino estão criando cursos de especialização com ênfase em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
A PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos de especialização de 360 horas. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV) oferece MBAs e cursos de extensão, a distância, que desenvolvem temas ligados à responsabilidade socioambiental.
- De três anos para cá, a procura por essas especializações aumentou pelo menos 100%. Os profissionais estão em busca de melhores oportunidades - afirma Haroldo Lemos, professor de gestão ambiental e desenvolvimento sustentável da FGV.

Mercado sustentável sofre com a falta de profissionais qualificados
A reciclagem e os biocombustíveis são apontados como os setores que mais oferecem empregos verdes no Brasil. Mas não são as únicas. Reaproveitamento de resíduos, agricultura orgânica, biocosméticos, construções verdes e turismo ecológico também são setores fortes, segundo os especialistas.
- O potencial de geração de empregos verdes na construção civil pode chegar a 800 mil com a incorporação de novas tecnologias. O programa "Minha casa, minha vida", por exemplo, vai gerar 18 mil vagas em toda a cadeia produtiva. E o reflorestamento pode criar, apenas no Pará, cerca de 110 mil empregos por causa do projeto de regularização de propriedades fundiárias na Amazônia, aprovado recentemente pelo governo federal - exemplifica Paulo Sérgio Muçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
Ainda segundo a entidade, para cada emprego eliminado no setor de combustíveis fósseis, é possível criar dez novos na área de energias renováveis. Na UFRJ, o Programa de Planejamento Energético (PPE), da Coppe, faz pesquisas e oferece cursos de mestrado e doutorado que trabalham temas como fontes alternativas, uso racional de energia elétrica e emissões de gases de efeito estufa.
- A procura pelos cursos aumentou muito de dez anos para cá. Temos recebido alunos que não são de engenharia, como biólogos, geógrafos e até advogados. Muitos, mal terminam o mestrado ou o doutorado, já são convidados para trabalhar em grandes empresas, por salários que variam de R$8 mil a R$15 mil - conta a engenheira química Alessandra Magrini, professora do PPE.
Apesar de ainda ser cedo para identificar o surgimento de novas profissões por causa da revolução verde - a engenharia ambiental, regulamentada em 1994, por exemplo, é exceção - a mudança de paradigma tem estimulado a incorporação de novas habilidades por quem já está no mercado. Engenheiros de diferentes áreas, por exemplo, têm corrido atrás de especializações em meio ambiente para dar conta do recado.
- Quando há uma mudança radical no padrão tecnológico, o surgimento de novas profissões é inevitável. Mas esse processo ainda não se completou no país - diz Muçouçah.

Especializações adaptam os profissionais para o mercado
Formada em engenharia química pela Uerj, a carioca Priscila Zidan, de 30 anos, faz parte do time de profissionais que assimilaram novas funções para se adaptar às exigências do mercado verde. Para isso, ela apostou num MBA em gestão ambiental pela Funcefet e num mestrado em remediação de águas subterrâneas na Coppe. Hoje ela garante que os procedimentos realizados pela Haztec, companhia que oferece soluções integradas de sustentabilidade para outras empresas, estejam de acordo com normas relacionadas a saúde, segurança e meio ambiente, como a ISO 14.001, certificação mundial de gestão ambiental.
- Só fiz engenharia química na faculdade porque na época não existia engenharia ambiental. Por isso, investir em especializações foi fundamental. A cada emprego que eu passava, novos conhecimentos eram exigidos.
O Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos complementares de 360 horas, como os de direito e engenharia urbana e ambiental, direcionado a advogados e engenheiros civis, respectivamente, que querem conhecer a legislação verde e trabalhar com energias sustentáveis, processos de reciclagem, criação de aterros sanitários e eliminação de resíduos, entre outros temas.
- Temos hoje mais de 150 disciplinas relacionadas a meio ambiente e sustentabilidade, que são ensinadas em cursos de diversas áreas de conhecimento - explica o geógrafo Luiz Felipe Guanaes, diretor do Nima.
Apesar do esforço das instituições de ensino em acompanhar a demanda do mercado, ainda há escassez de profissionais qualificados.
- Empresas que visam apenas ao lucro, ignorando as dimensões social e ambiental, não terão vida longa. A preocupação socioambiental está crescendo entre o meio, gerando uma grande oferta de vagas - afirma Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Mundo Sustentável.
Fonte: O Globo, Paula Dias, 02/ago

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Plástico Biodegradável


Projeto de Plástico feito a partir de resíduos da Indústria de Alimentos

A empresa Biomater, desenvolve o projeto de transformar a fécula de mandioca e o amido de milho em bioplástico.O material é depois transformado em sacolas de supermercados e em embalagens, cestos e outros produtos.A empresa de São Carlos é incubada pela fundação Parqtec, apoiada pelo Sebrae, e os materiais são produzidos com apoio da UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos, onde o engenheiro de materiais João Carlos Godoy - criador da empresa - fez o seu mestrado em Engenharia de Produtos. A ideia surgiu , em 2003 ,quando o engenheiro Godoy vendeu uma empresa que tinha, e voltou a estudar, aprofundando seus estudos na área de bioplásticos na UFSCAR.Assim, deu origem a este procedimento no campus da universidade e a uma outra empresa em 2005. Em 2008, vendeu seus primeiros produtos.
A matéria prima utilizada por João Carlos muitas vezes parte de sobras de grandes empresas alimentícias. Ele compra esses resíduos para transformá-los em produtos diferenciados. O bioplástico ,quando descartado, se decompõe no ambiente em no máximo 180 dias. A maioria dos plásticos produzidos no mundo são sintéticos, compostos derivados de petróleo e demoram de 200-400 anos ou mais para se degradarem. No Brasil a produção é de 4,2 milhões de toneladas por ano. Segundo Godoy , o bioplástico chega a custar 3 vezes mais do que o plástico que vem do petróleo. Porém, ele alerta para os benefícios que o plástico traz para a conservação ambiental. "Cada quilo de plástico produzido emite de 4 a 8 kg de carbono. O bioplástico evita essa liberação de metano", afirma.O plástico biodegradável ainda é um setor em crescimento no Brasil. Está em fase de formação a Associação Brasileira de Brasileira da Indústria de Polímeros Biodegradáveis Compostáveis (Abicom), que vai atuar pelo reconhecimento da cadeia produtiva do bioplástico.O engenheiro agora está em busca de investidores e parceiros agrícolas para construir fábricas do bioplástico em diversas regiões do País, com destaque para culturas locais, como a mandioca no Nordeste, a batata em Goiás ou a cana na região Sudeste. Godoy pretende também começar a exportar o produto.


Autor:
Editora-Chefe :Vera Diegoli. Reportagem:Márcia Bongiovanni. Pauta: Paula Piccin.Edição de Texto: Camila Doretto. Imagens:Adilson de Paula e Leonardo Siqueira.Auxiliar de Câmera: Vitor Rogério Pinto. Produtor:Maurício Lima. Supervisor Geral: Washington Novaes.

sábado, 1 de agosto de 2009

"Devastação" de recursos do planeta

Doze fotógrafos foram anunciados como finalistas do prêmio de fotografia Pictet, que destaca assuntos relativos à sustentabilidade.

Este ano o tema foi o planeta Terra. O concurso recebeu mais de 300 inscrições de séries retratando a problemática em todos os cantos do mundo.

Segundo os organizadores, as fotos "falam dos efeitos prejudiciais e muitas vezes irreversíveis da exploração dos recursos do planeta e refletem os impactos imediatos e de longo prazo de modelos de desenvolvimento insustentáveis em comunidades em todo o globo".

Muitos dos trabalhos chamam atenção para a fonte de recursos que a sociedade consome diariamente sem questionar a origem. Como em uma série sobre pedreiras de mármore fotografadas pelo canadense Edward Burtynsky em Portugal, Itália e na Índia. Nela, o artista procura mostrar a frieza e solidão da "realidade longínqua das paisagens industriais" nestes lugares.

O israelense Nadav Kandar quis mostrar a relação dinâmica do ser humano com as grandes construções na China. Sua série sobre os 6,5 mil quilômetros do rio Yangtze, ao longo do qual vivem mais pessoas que nos EUA, retratou famílias convivendo com os viadutos sombrios e o ar cinzento da cidade portuária de Chongqing.

Já o ciclo de consumo, destruição, violência e conflito político é explorado pelo canadense Christopher Anderson em sua série fotografada na Venezuela, que inclui canaviais e favelas. "Enquanto o agronegócio fatura, falta comida para grande parte da população", diz o fotógrafo, que já foi indicado ao prestigiado prêmio Pulitzer de jornalismo.

Outras obras de arte optam por instigar o debate através de uma representação mais abertamente subjetiva da realidade. O que parecem montanhas nas fotos do chinês Yao Lu são, na verdade, pilhas de lixo em poças de lama, subprodutos do desenvolvimento imobiliário acelerado em seu país.

'Vigor'

Para o diretor do grupo de jurados que decidiu pela lista de indicados, Francis Hodgson, a proposta do tema deste ano "foi interpretada em tremenda variedade e vigor".

"Seja registrando o desenvolvimento em detalhes ou buscando, de maneira mais ampla, estimular o debate, os fotógrafos alcançaram um alto nível de impacto", ele afirmou.

O vencedor do prêmio será conhecido em uma cerimônia marcada para o dia 22 de outubro, à qual comparecerá o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, presidente honorário do prêmio.

Até lá, os trabalhos dos finalistas serão exibidos em galerias de arte em Paris, Londres e Genebra.

Esta é a segunda edição do prêmio Pictet de fotografia, patrocinado pelo banco suíço Pictet. No ano passado, na primeira edição do concurso, o fotógrafo baiano Christian Cravo levou o nome do Brasil ao ficar entre os finalistas da premiação.

O vencedor deste ano receberá 100 mil francos suíços, cerca de R$ 175 mil. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Mundo Sustentável.
Fonte Estadão
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